sábado, 14 de julho de 2012

Ser ou Não ser?


Chequei para uma reunião de minha banda, confesso que chequei meio ansioso, pois eu estava atrasado, esqueci  minha carteira e tinha um milhão de ideias para compartilhar com meus amigos em poucos minutos antes do ensaio.

Mais ao iniciarmos o bate papo fui pego de surpresa por uma colocação a queima roupa de nosso baixista. O Xandy Hamman é um cara extremamente talentoso e maduro, e tem uma qualidade que me assusta, ele fala pouco , mais quando ele fala o faz  com propriedade.

E o melhor ou pior de tudo é que como chequei atrasado ele já tinha compartilhado sua ideia bomba com os outros companheiros, me senti acuado, aprisionado pelos olhares  inquietantes, foi assim que  aquela frase entrou pelos meus ouvidos,  o guitarrista me olhou e mandou como um soco no estômago:  - Cara! O Xandy tem razão, temos que tocar uns Covers.

Minha cabeça girou, pensei em milhares de coisas inclusive cobras e lagartos, respirei, e, desconversei para ganhar tempo, Pô! Tocar cover!? Era tudo que eu não queria, tenho  ojeriza, aversão,  enjoo  com bandas Covers, sabe porque?

Para quem não sabe banda Cover são bandas que optam em tocar musicas conhecidas de outros artistas, e tem outras que vão além, não estando satisfeitos em só cantares musicas de seus ídolos se vestem e se comportam como eles, e passam a  se apresentam com aqueles nomes engraçadíssimos e contestáveis ( U2 Cover, Queen Cover, The Doors Cover etc) , e ganham a vida cantando musicas que não são suas, com a aparecia que não são seus e com nomes que não estão registrados, ou seja, se tornam fantoches, caricaturas, apenas um parecido, um quase, então, são pessoas  que não são.

Cover não é um estilo de bandas e sim um estilo de vida, por isso os Covers me incomodam, pois vivemos na sociedade dos Covers, somos levados a ser quem não somos, a se vestir como os outros, a cantar a musica dos outros e viver da maneira como os outros vivem, é a sociedade baseada na mentira das aparências, onde existimos para provar com quem parecemos e não como somos.

A reunião girou em outros assuntos mais relevantes, fomos para o estúdio tocar as nossas musicas, autorais, autenticas, únicas, singulares e  relevantes e modéstia a parte tão boas quanto a  de qualquer banda grande, assim,  me senti muito bem sendo quem eu sou.

 Ps. Posso até tocar um Cover, mais nunca serei um.




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