A rede globo de televisão inovou
novamente o cenário do entretenimento nacional
trazendo átona um modelo batido e enlatado dos EUA, o programa” The Voices” programa este que se propõe
encontrar “ A VOZ”, aquele artista que se torne um fenômeno fonográfico, um vozeirão único,
timbrado refinado, diferente e urgente.
Bem, observei os candidatos e curiosamente todos possuem o
mesmo perfil que prefiro soletrar para maximizar minhas palavras, A – FI – NA –
DIS – SI – MOS!!!!!!! Então me pergunto: onde essas pessoas estavam? Onde se
escondiam? Onde foram fabricadas? Será que sofreram alguma alteração no DNA? Tenho
a impressão que estavam todas confinadas
em outro planeta e vieram em um comboio
sideral para encher os ouvidos de pobres mortais com as mais belas melodias.
Qual deles será o o campeão? Não sei.
Então, quem será a voz? Eis que digo: ninguém. Sim, nenhum deles tem esse
poder, por melhor que sejam a voz do Brasil é relativa, vivemos em um mundo cada
dia mais mutante e transformador, tudo muda rapidamente, nada fica estático, tudo se transforma, se altera , se metamorfoseia. E nessa mudança tudo se torna breve, passageiro, vulnerável,
grandes sucessos são amassados e jogados no lixo, passamos da fase do
descartável e entramos na era do substituível, ou seja, o descartável só da pra usar uma vez e então deve ser eliminado, a era do substituível e um pouco
pior pois eliminamos o que ainda dá pra usar.
Essa é a nossa realidade, somos substituídos
mesmo se a nossa voz ainda é audível, podemos ganhar alguns programas mais em breve
estaremos expostos ao descaso. Ser a voz
não é o topo, ser a voz é uma questão de compromisso com nossos valores, ideais
e certeza de dias melhores, isso é que
falta, temos pessoas afinadas mais não temos pessoas comprometidas, ser a voz é
saber falar com autoridade e ternura, e ser voz no deserto é não ter medo de
ser politicamente incorreto, é ser transformador e inspirador sem microfone
ou palco.
Isso poderá fazer de você a voz
que o país precisa.