domingo, 11 de setembro de 2011

Toca Raul!!!!



            Faça uma imagem na sua cabeça de Raul Seixas, tenho certeza que você projetou em sua memória a figura de um cara meio doidão, com roupas hippies dos anos setenta, um enorme cavanhaque e óculos escuros? Mas, você sabia que nem sempre foi assim?
            Raul saiu da Bahia junto com sua banda “os panteras” em direção ao Rio de Janeiro sob o convite de Jerry Adriane, Raul e sua banda iriam toca com o badalado cantor  e também tentar o estrelato, mas as coisas ficaram muito difíceis por lá, o rock já não era bem quisto pela sociedade moralista e paternal da época. Pois bem, imaginem rock baiano? 
            Mas, por obra do acaso ou do destino Raul arrumou um empregão, ele passou a ser executivo de uma gravadora de discos, agora o roqueiro era um homem de negócios de barba feita, terno, gravata e pastinha 007. Raul que cantara em uma de suas musicas que passou fome durante quatro anos na cidade maravilhosa, agora vivia em um belo apartamento e seus filhos poderiam comer do bom e do melhor.
            Em nosso conceito capitalista e pós – moderno, faríamos a seguinte equação: Raul saiu da Bahia sem grana, perambulou, sofreu, penou e chegou em um alto escalão de um a multinacional, logo, o cara era um sucesso, um exemplo a ser seguido, um talentoso empreendedor digno de uma biografia.
            Foi mais ou menos isto que Paulo Coelho pensou quando Raul apareceu em sua frente, foi na redação de uma revista editada por Paulo chamada “ A pomba”. Raul apareceu por lá vestido como um “homem de sucesso”, e depois de conversar sobre discos voadores convidou Paulo para jantar na casa dele.
            Paulo que na época era um Porra Loca, achou muito chato ter que jantar na casa daquele almofadinha, mais Paulo queria um emprego melhor e decidiu ir ao encontro, comer e quem sabe beber algo e no final pedir um emprego.
            Foi exatamente isto que aconteceu, Paulo chegou ao confortável apartamento onde Raul morava, tudo estava no lugar, mesa posta e um ar ritualístico e organizado, Paulo conversou um pouco e estava achando tudo muito chato, ao final de todo nhém, nhém, nhém, tomou coragem e perguntou se poderia enviar um curriculum para o Raul, a resposta surpreendeu a Paulo Coelho, a mim quando ouvi a história e talvez surpreenda você.
            Raul Seixas respondeu de forma segura com o seu sotaque soteropolitano: - Desculpe companheiro, não vai dá, é porque acabei de pedir demissão, quero fazer música. Raul foi até o quarto e voltou com um violão e mostrou algumas músicas para Paulo que ficou boquiaberto, na saída ele comentaria com sua namorada: - Esse cara é foda, vai deixar um empregão para virar musico, Paulo voltou para casa feliz por ter conhecido Raul.
            Também fiquei feliz em conhece - lo, não o roqueiro baiano em carne e osso, mais o Raulzito que canta dentro de minha alma. Pois, sempre tive um sonho em minha vida, ser professor, estudei feito um loco, sai do Rio de Janeiro para morar em Campinas, passei uma vida de cão, depois de dez anos ralando consegui um emprego em uma multinacional, finalmente estava estabilizado, ganhando o suficiente para uma vida sem exageros mais sem faltas, ate que terminei a faculdade de história e tomei uma decisão de abrir mão do emprego, me chamaram de louco, precipitado, inconseqüente, mais em mim existe um Raulzito.
            Então, assumi a coordenação de um curso de ensino à distancia, pequei algumas aulas e meti as caras, não posso dizer o que aconteceu, pois estou em transição e o futuro é incerto, mais existe em mim uma sensação de liberdade e felicidade tão grande que estou pensando em deixar o cavanhaque crescer, por óculos escuros ( já que não tem colírio)  pegar meu violão e cantar, então quando alguém gritar : “ TOCA RAUL!!!!” abrirei um sorriso e saberei que ele já toca em mim faz tempo.
           
             

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